domingo, 20 de julho de 2008

Fundição de Oeiras vai ter duas torres de 25 pisos e outros 20 edifícios (in Público de 19.06.2008)



Projecto de loteamento está em discussão pública desde a semana passada e prevê um total de 466 fogos, vastas áreas de comércio e serviços, um hotel e um terminal rodo-ferroviário

A Fundição de Oeiras, que funcionou durante quase um século junto à estação ferroviária da vila, vai ser demolida para dar lugar a um grande empreendimento de habitação, comércio e serviços. O projecto de loteamento dos 8,2 hectares da propriedade entrou na câmara em 2002, foi objecto de diversas reformulações, recebeu o parecer favorável dos serviços e encontra-se agora em discussão pública, até 12 de Julho, para depois ser submetido à apreciação do executivo municipal.

Embora sujeito ainda a diversas afinações de pormenor, o projecto aponta para a edificação de um total de 155.000 metros quadrados de pavimentos, dos quais 71.990 se destinam a habitação (466 fogos), 46.385 a serviços e equipamentos, 30.375 a comércio e 6250 para um hotel de 125 quartos num lote isolado.

Na primeira fase de construção, que se deverá iniciar ainda este ano para terminar em 2013, serão erguidos 15 edifícios novos, um deles com 25 pisos de habitação, e os restantes com cerca de uma dezena de pisos, sendo três apenas para comércio e serviços, um só para comércio e os outros para habitação, com um andar comercial ao nível do rés-de-chão.

Numa segunda fase, a começar depois de concluída a primeira, será construída uma segunda torre com 25 pisos e vários edifícios mais baixos, cujo destino ainda não é conhecido, na extremidade mais próxima do jardim de Oeiras. O projecto indica, porém, que aí serão criados cerca de 17.000 m2 para comércio, não se excluindo a hipótese de uma grande superfície comercial, e 27.600 m2 para serviços e equipamentos.

Acessibilidades críticas


Ao todo serão criados 4539 lugares de estacionamento, quase todos subterrâneos, estando programada uma profunda remodelação da rede viária envolvente, com a construção de várias rotundas, por forma a resolver o problema das acessibilidades e da mobilidade na zona, um dos aspectos críticos do projecto. Neste domínio prevê-se a construção de um silo automóvel semienterrado, do lado de lá da via férrea, junto à estação da CP, que terá ao nível térreo um terminal de autocarros - no local agora usado para o mesmo efeito. Esta obra terá de ser executada no decurso da primeira fase do empreendimento.

A ligação entre o terminal rodoviário e o silo de estacionamento pago, com capacidade para 503 veículos, por um lado, a estação e a nova urbanização, por outro, será feita através de uma passagem pedonal sob a via férrea. Perto de 200 metros adiante, na direcção de Carcavelos, haverá uma passagem pedonal por cima da linha dos comboios para ligar a urbanização à zona de Nova Oeiras. As intervenções relacionadas com a via férrea terão de ser feitas em articulação com a empresa responsável pelas infra-estruturas ferroviárias, a Refer, mas esta ainda não se pronunciou sobre o projecto.

De acordo com os serviços camarários, o proprietário do terreno - o Invesfundo, um fundo de investimento imobiliário fechado cujos detentores são desconhecidos e é gerido por uma empresa do Grupo Espírito Santo - terá de pagar à câmara um total de 7,6 milhões de euros, a título de compensação pelo facto de não entregar ao município todos terrenos que, por lei, tinha de ceder gratuitamente para espaços verdes e equipamentos colectivos. Este valor será pago através da construção do terminal rodoviário/silo automóvel, da passagem subterrânea de acesso à estação e da passagem pedonal sobre a via férrea. A câmara entendeu que estas obras deveriam ser custeadas em cerca de metade pelo promotor e no restante pelo município. Esta parcela, no valor de 4,6 milhões de euros, será também assumida pelo Invesfundo, para descontar nas compensações devidas, cabendo-lhe ainda pagar diversas obras viárias e de requalificação vizinhas do jardim municipal, num total de 1,9 milhões de euros, e entregar ao município a antiga sede da Fundição de Oeiras, a que foi atribuído o valor de 1,1 milhões de euros.

a As duas torres de 25 pisos, previstas para as extremidades do terreno, e a alameda pedonal que as ligará constituem os elementos mais marcantes da arquitectura do empreendimento. As torres são apresentadas pelos autores do projecto como "marcos arquitectónicos de referência", enquanto a alameda, intensamente arborizada, com relvados, esplanadas e espelhos de água, é vista como "um espaço forte de vivência urbana". Com uma extensão de 345 metros, a alameda terá uma largura de 40, situando-se a um nível inferior aos dos jardins privados que serão criados lateralmente, sobre as coberturas dos pisos comerciais dos edifícios de habitação construídos de ambos os lados.
Globalmente, a maior parte da área a construir será de comércio e serviços (cerca de 83 mil m2 contra 72.000 de habitação), incluindo também um espaço polivalente privado, com cerca de mil m2 destinado à realização de acxtividades culturais.

O edifício sede da antiga fundição, onde já agora funcionam serviços da Câmara de Oeiras, ficará na posse do município, não se conhecendo ainda a sua utilização futura. O projecto do loteamento é da autoria dos gabinetes de arquitectura de Mário Sua Kay e Qualidade Urbana. Este último tem entre os seus sócios e fundadores o antigo director dos serviços de Urbanismo de Oeiras Luís Serpa, que foi o braço direito de Isaltimo Morais durante muitos anos e liderou a elaboração do Plano Director Municipal.

1 comentário:

Isabel Magalhães disse...

Caro "Morador NO",

Conforme solicitado foi publicado no www.oeiraslocal.blogspot.com a informação por si enviada.

O Oeiras Local é um espaço aberto a todas as pessoas que se interessam pelo nosso concelho.

Grata pela sua colaboração.

Saudações

Isabel Magalhães